domingo, 28 de setembro de 2008

chambre vie

"Damas, cavalheiros, senhoras, senhores, crianças, boa noite! Nós somos A Repartição da Flor..."

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Poemática

Apresentação da Repartição da Flor
Poemática - Dia 24/09, quarta - 18hrs
Galeria de Artes do ICHF
Campus do Gragoatá da UFF, bloco O, térreo
Praça Leoni Ramos, s/nº - Gragoatá - Niterói

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Para Luciana

à maneira de Neruda
Às margens do guamá
certa madeira encravada
originária
eram árvores derramadas de chuva
e à sombra
era você
se derramou em mim
esparramou nas costas
engoliu dedos, rompeu o cacto e a rocha
em mim
eram meus olhos
que se abriam ao céu maior de suas mãos
corriam miúdos
pela carne
para lembrar seu gesto
formatando sonho num luar
amarelado e negro
de esperança e ardor
eu esperei a angústia daqueles barcos
emudecidos da ilusão da morte
apalpando o rio como a um templo
vagarosos
e a sua espera arroteou
tudo o que em mim era aperto
fazendo pressa onde foi lago
penetrando meus dedos
na espuma aérea, envolta
enevoada de nossa margem
choramos do mesmo rio
a mesma água
abrimos do mesmo beijo
uma ferida e da sombra tão esparsa que nos cobria
partimos como pães a luz de um astro
para o tempo geral de nossos dias.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

ao Uísque Teacher's

Prezado Professor,
a Academia anda me trazendo uma boa margem de considerações sobre a literatura, tenho acordado às terças e quintas pontualmente às 6:15 da manhã, e não bastasse tal exercício de comprometimento tenho aprendido declinar o latim, dissociar a lingüística gerativista da cognitiva e sobretudo tenho conhecido a ordem de efeitos da estrutura curricular. No entanto é com certo misto de desgosto e alívio que encaminho esta carta escrita à v.s.ª.
Permita-me apresentar o momento que de ti pude tomar notícia, foi em um mercado na serra. O dia estava bem acordado, usávamos, como uns antigos, lenços vermelhos no pescoço, e fui apresentado à vossa senhoria, com gelo. Num primeiro instante acreditei na ilusão adolescente do alumbramento sublime, sorte que depois constatei ser uma veracidade. As gramáticas descritivas e normativas não me ensinaram a ti, mas a serra sim, porque no frio de um hotel Avenida, frente à igreja de Santa Tereza em Teresópolis eu aprendi a verdade da pedagogia universal. Você foi carinhosamente levado pela estrada de Petrópolis, até uma casa no Centro Histórico, bebido numa biblioteca, justo em meio à nossa apresentação, e só foi terminar na Casa do Sol, casa macia do Sol, que nos disponibilizou shampoos e camas de casal para todos. Assim você acabou: aparentemente; pois a impressão que nasce desta garrafa onírica é que o conhecimento e a erudição, após descerem ao fígado, tornam-se irrecuperavelmente eternos.
Amigo Professor, a conclusão final destas linhas em onda é um termo de agradecimento pelo horizonte ao avesso que me trouxeste frente ao gosto da Academia, trazendo a esta virada de julho pra'gosto um vívido sabor de carvalho embarrilzado.
Professor, com ternura e agradecimento, volte Sempre.

Ao primeiro mês de aniversário da garrafa, deixo esta carta, com saudade. (01/09/08)


terça-feira, 2 de setembro de 2008

um dia no camping do seu ageu

beber da boca da manhã
brisas frescas de amendoeira

pescar nos ombros da pinga
hibiscos da praia do sono

à tarde catar fogueira
à noite assar uma história:

"A rede do céu pega mais
que todas as redes ao mar..."