sábado, 24 de outubro de 2009

Jayme Ovalle

Ovalle, irmãozinho; a noite fechou como um piano cansado. Da janela, estive olhando: a saleta de orquestra, allegro das luzes no bonde e o poste. Até o gato de rua sabe fazer esse caminho de ferro, que o bonde faz (esquece) e vai seguindo, seguindo. Você também não parou, irmãozinho – foi. Depois, o gole deixou num gordo a impressão de Haydn, ele só passava; “meninos” – a senhorinha – “este é aquele Minuetto, vale nota”. Para o músico da saleta Haydn era um enigma sem mistério (para você foi mistério somente). Da janela, estive olhando: o amarelo do poste vira uma estrela de madrugada; foi você? sei que os poetas carpiram, o samba quebrado rolou e até a Marrecas foi ninho (para duas mocinhas). Viver é coisa grande.

Um comentário:

josé agapanto disse...

"Ovalle, irmãozinho, du sein de Dieu ou tu reposes." M.B.