sexta-feira, 11 de março de 2011

Apelação em favor da amizade

Perdi o jus de amar-te como homem
no tribunal que os dois de nós armamos.
Sem provar nada, ao Sol, calor de ontem,
sentenciamos fim. Quem hoje somos?

O amor ficou, mas falta, ao mesmo tempo,
é viuvez de quem mal fez-se noivo.
E como pesa o peito sem o peso
que acustumara usar do teu repouso!

Tudo se vai, mas falta não se vai,
que a falta é o tudo que restou nas mãos.
Portanto, apelo, se me cabe um ai,

mesmo assentado o júri pelo Não:
Vai, me concede amar-te como um pai!
Vai, me permite amar-te como irmão!

4 comentários:

Teófilo de Flamboyant disse...

Resolvi limpar meu armário do acúmulo de papelada velha e encontrei algumas coisas muito legais e até boas no meio de tanto rascunho e panfleto.

Saudade gostosa demais. Demais mesmo. A vida é linda, redescobri-la como tal revisitando a verdade de sentimentos e experiências tão íntegras e intensas quanto inaugurais é revigorante como um novo amor, como uma viagem inesquecível, como uma aventura, como um poema poderoso, como uma amizade conservada no melhor barril.

Amor à flor da pele! Que a maturidade nunca seja antagonista da pureza, aí reside a felicidade.

Um velho poema a todos, é minha humilde contribuição desta noite.

Anônimo disse...

bonito. =)

Cecília disse...

Que lindo! Ao retribuir a ilustre visita, me deparei com esse poema maravilhoso. Que viagem que fez bem foi essa, viu. Beijo.

josé agapanto disse...

Para além do amor.