Pernambuco, o que digo que já não disseste
no ribombo da alfaia, em voz republicana?
Teu céu? Talhado à faca de incontáveis preces
por teus filhos de barro, pranto, honra e cana?
Tua noite? Seguida pelo Caçador
(uns dirão, pra matá-la, e outros, por amor)?
Tua manhã? Degredo de estrela e fanal?
O nó cego no peito ao se ouvir o "imortal"?
Inevitável, já, deixar que tu me invadas
como o sabor e o beijo e as novas palavras...
Desnecessário, já, dizer que tu venceste.
Não me cabe medir na arte as tuas plagas.
Impossível meter num verso as tuas águas
aquentadas, saladas: entes do ser Leste.
2 comentários:
Obrigada pelo diálogo. É realmente um prazer quando dois poemas se cruzam e se complementam.
Seu poema ("Menor poema") é tão lindo, tão humilde e grandioso. Me lembra "Me escutas, Cecília?/ Mas eu te chamava em silêncio/ Na tua presença/ Palavras são brutas" - o cantar que se reconhece pequeno. Te peço, também, que não pare. :)
Recife, não a dos mascates...
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