sábado, 25 de agosto de 2012

A um canoeiro de um Rio Comprido



Se crê puro (antítese do verso)
que da alma se lhe saia calmamente
verdade última da arte, perverso
é o silêncio que te ronda e prende.


Verso: partícula (ou praia mágica)
do futuro. Que não sabemos sentir.
Futuro: esse presente ensimesmado.
Que se come e galga no verso em si.


Foi do verso que avistaram a América.
Não crê, canoeiro ou Hamlet primeiro
ou último do tempo? Agiremos nós?


Não.(É tempo!) O verso está em Greve.
Se recusa a límpido mensageiro.
E vai, nos mata, sem domingo, a sós.
 
 

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