sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Soneto para um novo amor

Distante dos meus deuses naturais,
temendo ter traído minha pátria,
por blocos de antiquados carnavais
errei, mas quem assim já não errara?

Sentei-me à beira-mar e tive um frio
que foi como se eu não vestisse nada.
Na orla, à noite, mil luzes do Rio
dançavam com as ondas e eu chorava.

Mas quem já não morrera assim, amigos?
E quem já não jurara à lua clara:
- Jamais um novo amor será cantado!

Só sei que algum calor aos arrepios
pôs fim e um querubim da Guanabara
secou meus olhos. Eu jurava errado.

3 comentários:

J. M. Poranga disse...

que coisa mais linda, João!

Elis

Camilla. disse...

eu jurava errado! gostei!

Maíra disse...

muito bom, João! quero poder eu também, um dia, quebrar meu juramento.