quarta-feira, 17 de março de 2010

carnaval para j. p

Orava a nuvem a consolação
no mar, martirizando no poeta
uma canção. Raiava quarta-feira
já, lembrou Recife, a serra e um verso
de Drummond. Pela noite quis de amor
matar e pela tarde quis de amor
perdão. Eram os barcos que partiam
aqui e lá, mãos de mulher, dores de sim
de não; fevereiro, sopra seus barcos
e solta, como a flauta o sol no ar;
solas de sapato, boi, baco, brilha
um balão, oh padre do paraná.
Nuvens do céu, sem deus, desçam ao chão,
o tempo é algo quente como um lar.

2 comentários:

Teófilo de Flamboyant disse...

Grande Johnny!

josé agapanto disse...

"este lado do paraíso", o joão que nada tem de católico, fora a fé na fogueira (mas essa só para os peixes), foi cair na rede (risos).