sexta-feira, 9 de julho de 2010

Vinicius de Moraes

Hoje, trinta anos depois, Vinicius foi lembrado por jornais, pequenos eventos, chorinhos quem sabe. Morreu há trinta anos, com saudades da vida, e foi o nosso poeta carioca. Foi um poeta "em paz com a sua cidade" como disse Otto Lara, por isso era preciso o violão. Ontem, passando na orla, vi de longe o seu antigo mar. Fazia um vento frio, chovia. Depois, pensei que se ensinou algo, não foi o amor, porque ele apenas, humildemente, fez o que podia: cantou-o. E amor, não se ensina. Vinicius ensinou aquele mar. Ele, que começou a vida ali, numa casa na Ilha do Governador, e que sobre o Atlântico escreveu Soneto de Fidelidade, hoje é um guarda-sol em que deitamos à sombra ou uma garrafa de champanhe que se abre nas bodas ou um barco.
É que mal sabemos, mas quando na areia, pasmos, naufragamos: – Vinicius! (alguém diria) está ali, bem perto de nós, e o balanço das ondas, que começou antes e antes.
Um sujeito qualquer poderia repetir: – Mas e o amor? Bem, o amor é tudo, mas ao que completou Tom Jobim "O resto é mar..."

2 comentários:

Teófilo de Flamboyant disse...

Nós viemos do mar.

josé agapanto disse...

"Eu sou como o velho barco que guarda no seu bojo o eterno ruído do mar batendo
No entanto como está longe o mar e como é dura a terra sob mim...
Felizes são os pássaros que chegam mais cedo que eu à suprema fraqueza"

Vinicius de Moraes, 1935